‘Pacovan’ diz que ele e Gláucio eram ‘apenas concorrentes’
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Prosseguiram ontem (8) no
Fórum Desembargador Sarney Costa (Calhau) as oitivas das pessoas arroladas pela
acusação, referentes ao processo que apura o assassinato do jornalista Décio
Sá.
Um dos depoentes foi o
comerciante Josival Cavalcanti da Silva, o “Pacovan”. Ele foi preso em maio de
2011, durante a “operação Usura”, da Polícia Federal, em São João do Paraíso (a
764 quilômetros de São Luís). Contra Pacovan pesam suspeitas de prática de
agiotagem não só em São João do Paraíso, mas também em outros municípios, entre
eles Bacabal, Santa Luzia do Paruá, Zé Doca e Miranda do Norte.
Gláucio Alencar entra na sala de audiências;
Jhonathan Sousa mantém-se de cabeça baixa.(Foto: G. Ferreira)
“Pacovan”, o primeiro na
ordem dos inquiridos, ontem, pediu que os acusados fossem retirados do
auditório durante o seu depoimento, mas não relatou nenhum fato polêmico ou
algo que pudesse mudar o curso do processo.
Ele informou, em seu
depoimento, que não conhecia os denunciados pela morte do jornalista. Disse
apenas que já havia visto Gláucio Alencar – principal suspeito de ter mandado
matar Décio –, mas que não tinha amizade com o mesmo. Ele relatou que soube da
morte de Décio Sá pelos jornais e ficou surpreso com a notícia.
“Eu e o Gláucio éramos
apenas concorrentes, porque ele tem loja de revenda de automóveis e eu também,
mas não sei dos negócios dele e nem o que ele fazia. Em relação ao jornalista,
não o conhecia, apesar de ele ter publicado posts sobre a minha prisão pela PF.
Entretanto, nunca ofereci dinheiro a ele para que ficasse calado e nem recebi
qualquer proposta da parte do Décio. Em relação à minha prisão, na época foi
dito que eu realizava negócios ilícitos com a Prefeitura de São João do
Paraíso, mas na verdade eu havia revendido uns carros para o prefeito Raimundo
Galdino Leite, o “Boca Quente”, como pessoa física, e os cheques que recebi
foram deles e não do Município”, disse “Pacovan”.
Adriana Silva de Oliveira,
ex-mulher do acusado Shirliano Graciano de Oliveira, o “Balão”, 27 – que teria
ajudado na operacionalização do assassinato de Décio Sá e está foragido – e
irmã do também acusado Marcos Bruno de Oliveira Amaral – que segundo a polícia,
foi o verdadeiro “piloto de fuga” de Jhonathan de Sousa Silva, o assassino
confesso do jornalista – também foi ouvida pelo Ministério Público.
A testemunha confirmou
apenas o seu nome e grau de parentesco com os respectivos acusados e não foi
indagada por nenhum dos advogados que integram a defesa dos suspeitos.
Questionada pela reportagem do Jornal Pequeno, Adriana disse que Marcos Bruno
está sendo acusado por algo que não fez. Ela afirmou, ainda, que muito em breve
toda a verdade virá à tona, e os verdadeiros responsáveis pelo crime serão
punidos.
Mariana Amorim Mualem
confirmou ao MP o reconhecimento de Jhonathan de Sousa Silva como sendo o homem
que frequentou uma vez um imóvel pertencente à família de Fábio Aurélio do Lago
e Silva, o “Buchecha” – que, segundo a polícia, também teria ajudado na
operacionalização do assassinato do jornalista.
Outra testemunha que também
participou das oitivas foi o vigilante Laércio Carlos Tavares Matos,
ex-empregado de Gláucio, que afirmou à Promotoria nunca ter visto os outros
acusados na casa dos ex-patrões, com exceção dos policiais civis Alcides Nunes
da Silva e Joel Durans Medeiros.
Ontem, 10 pessoas haviam
sido convocadas para as oitivas. Seis foram ouvidas e quatro, dispensadas pelo
Ministério Público.
Dessa vez, jornalistas, sem
a presença de câmeras e máquinas fotográficas, puderam assistir às audiências.
O acusado Gláucio Alencar
aproveitou a oportunidade para se reportar à imprensa. Ele declarou que era
“amigo de Décio Sá”, e que não foi ele quem encomendou sua morte. Afirmou que a
pessoa responsável por isso iria “cair”.
Em continuação às
audiências, serão ouvidas na manhã de hoje (9): Jackson Douglas Castro;
Aristides Milhomem de Sousa (ex-vice prefeito de Barra do Corda); Antonio
Marcelo Rodrigues da Silva, Hilquias Araújo Caldas; Adriano do Lago e Silva
(irmão de “Buchecha”), Telmo Mendes da Silva Junior; Fernando da Silva,
conhecido como “Bracinho”; Luiza Santos Carvalho; Luís Jorge Santos Matos;
Pedro Roberto Meireles Lopes; e Vagno Pereira, conhecido como “Banga”.
POR JULLY CAMILO
Jornal Pequeno
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