16 horas de motim em Pedrinhas
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Familiares dos presos são mantidos
como reféns
A rebelião começou às 16
horas do domingo (25), horário dos familiares dos presos deixarem a CCPJ de
Pedrinhas. O clima é tenso no presídio, pois de um lado o bonde dos 40 que
mantém seus familiares reféns. Do outro lado o PCM (Primeiro Comando do
Maranhão) que se recusa a entrar para as celas e se mantém em posição de
combate iminente contra o bonde dos 40.
Os presos reivindicam a troca
de monitores, saída da PM do complexo penitenciário além da volta da visita
intima e colchões novos.
Continua...
Detentos realizaram um motim
em Pedrinhas na noite deste domingo (25). A informação foi primeiramente divulgada
pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luís Antônio Pedrosa.
De acordo com as informações preliminares 32 familiares de detentos foram
feitos reféns na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas.
Por meio das redes sociais,
o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB narrou os momentos de
tensão que envolveu a disputa entre as gangues rivais que atuam em Pedrinhas.
“Trinta e dois familiares sob o poder do Bonde. Entrando agora no pavilhão. Do
outro lado, o PCM se recusou a voltar para as celas. Esperam o desfecho”, disse
ele.
Crise
Em outubro do ano passado a
penitenciária protagonizou uma rebelião que chocou todo o país. No fim do ano
de 2013 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou um relatório apontando as
deficiências do sistema prisional maranhense e alertando para as péssimas
condições a que os detentos estão submetidos.
Apenas 2013, 60 presos foram
assassinados em Pedrinhas, envolvendo decapitações e esquartejamentos. A crise
penitenciária pelo qual passa o estado ultrapassou as barreiras dos presídios e
fez vítimas nos coletivos da capital, a exemplo da menina Ana Clara que morreu
após ter 95% do corpo queimado num ataque à ônibus. Atentados a delegacias e a
trailers da polícia também fizeram parte dos atentados orquestrados pelas
facções criminosas que disputam o tráfico em São Luís.
Resposta
Em nota a Secretaria Justiça
e Administração Penitenciária (Sejap) informa que “não há registro de reféns na
Central de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas”. No entanto, ao fim do
esclarecimento a secretaria também informou que “os familiares estão sendo
liberados pelos presos e, neste momento, a Sejap negocia as solicitações dos
presos”.
Veja abaixo a íntegra da
nota:
A Secretaria de Estado de
Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informa que não há registro de
reféns na Central de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas, no fim da tarde
deste domingo (25).
Sobre o ocorrido, esclarece
que alguns familiares foram retidos pelos próprios parentes presos no Bloco D,
daquela unidade, após o horário de visitas.
Os presos que não deixaram
os familiares saírem entregaram lista de exigências, como o banho de sol coletivo
(hoje é feito por bloco, para garantir a segurança dos próprios detentos); a
instituição de visitas íntimas; a entrega de novos colchões e a troca de
monitores.
Os familiares estão sendo
liberados pelos presos e, neste momento, a Sejap negocia as solicitações dos
presos.
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