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Governo quer impedir que a perda da lavoura no RS, principal produtor do grão, acabe por elevar os preços ao consumidor.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai importar um milhão de toneladas de arroz para evitar o aumento no preço do grão. O anúncio foi feito, nesta terça-feira (07) pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no Palácio do Planalto.

A medida é necessária frente à calamidade no Rio Grande do Sul, que produz 70% do arroz consumido pelo Brasil. Segundo Fávaro, os estoques brasileiros são suficientes para suprir a demanda, mas o governo está preocupado com a possibilidade de especulação. “Já está sendo preparada uma MP (medida provisória) autorizando a Conab a fazer compra na ordem de um milhão de toneladas”, declarou Fávaro. 

“Quero deixar isso de forma muito clara: o governo não pensa em hipótese alguma em concorrer com os produtores de arroz. A Conab não vai vender para os atacadistas, que são compradores dos produtores”, acrescentou.

O ministro afirmou ainda que a primeira leva será de 200 mil toneladas de arroz descascado e ensacado, para agilizar sua distribuição. O governo fará a venda do alimento nas periferias e apenas para pequenos compradores, para evitar prejuízo aos produtores gaúchos já afetados pela chuva.

A compra depende da aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que declara estado de calamidade no território gaúcho. Assim que possível, o país abrirá um leilão para a compra do arroz. Fávaro avalia que nações do Mercosul terão vantagem na concorrência, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia.

Na avaliação do ministro, se a compra ocorrer de forma ágil, não haverá aumento no preço do grão. Ele também destacou que, apesar da alta ocorrida no começo do ano, no período de entressafras, a saca de arroz já havia baixado de preço, e a expectativa é de que ela mantenha o patamar atual. O ministério estima que 1,6 milhão de toneladas de arroz ainda estejam nos campos, ou seja, alagados.

Porém, parte da safra que já foi colhida também foi alagada em armazéns, embora não seja possível estimar a perda. O maior problema, para Fávaro, é a condição das estradas, que impossibilita o envio de grande parte do arroz para os outros estados brasileiros.

“Temos que evitar especulação, evitar desabastecimento. Com o perdão da palavra, mas o inferno está ficando pequeno. Gente fazendo fake news num momento desses, especulação financeira em um momento desses”, acrescentou o ministro.

A possibilidade de importar arroz já havia sido ventilada mais cedo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o programa Bom dia, Presidente, da estatal EBC. Embora Lula tenha falado em importar “arroz e feijão”, a produção de feijão não está concentrada em solo gaúcho, por isso, não foi afetada.

Além de manter estável o preço do arroz, o ministro anunciou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai suspender o pagamento das dívidas dos produtores rurais gaúchos por um período de 90 dias, podendo ser prorrogado no futuro.

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